Sem nunca ter atuado na vida, seu desempenho na trama, assinada por Margareth Boury, surpreendeu até ele mesmo. “Por mais empenhado que estivesse na aulas, nas gravações e em tudo que era exigido de mim, nunca imaginei ganhar prêmios, como o de ator revelação”, afirmou.
Na trama, Chay vive Tomás, um dos garotos que faz parte da banda 'Rebeldes' e, assim como na versão mexicana, o grupo da novelinha partiu para a vida real e tem feito muito sucesso entre as adolescentes. Porém, o começo não foi tão fácil. Durante o papo, o cantor assumiu que a estreia da banda no palco da final do 'Ídolos', em 2010, aconteceu de maneira equivocada.
Na época, a apresentação foi bastante criticada pela imprensa. Mas Chay se defendeu e confessou que o grupo não teve tempo para ensaiar. “Não sei exatamente quem deu a ideia da nossa participação no programa, mas, na minha opinião, foi um erro. Isso ficou claro para todo mundo”, ponderou.
Fã e seguidor dos ideais do Tropicalismo, Chay Suede acredita que o grupo sintetiza uma parte da ideia do movimento difundido pela turma de Caetano Veloso na década de 70. “A gente usa tudo que pode atingir, tudo que vai atingir, todas as táticas de chamar a atenção para agregar plateia”, comparou.
Acostumado com o séquito de fãs e a perseguição da imprensa, o ator procura não dar muita importância para a falta de privacidade, afinal, ele sabe que isso é uma consequência da carreira que escolheu.
Suede rebateu os boatos de que trata mal a imprensa e afirmou não ser muito tolerante com os abusos cometidos por determinados jornalistas.
“Existem alguns colunistas que estão acostumados a falar tudo e não ouvir nada. Isso acontece porque os atores estão acostumados a fazer vista grossa como forma de se preservar. Só que vista grossa para mim tem limite. E eu tenho sangue quente”, avisou. Alguém dúvida?
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Como surgiu o convite para ser um dos protagonistas de 'Rebelde'?
CHAY SUEDE - Uma semana antes da minha eliminação no “Ídolos”, um pessoal da Record me procurou para saber se eu estava interessado em fazer um teste para a novela. Eles me falaram sobre o projeto, um pouco de como seria meu papel e acabei aceitando a oportunidade.
E quantos testes você fez para viver o Tomás?
Fiz um só. Não passei por aquela ansiedade dos outros que levaram quase um mês esperando o resultado. Recebi o convite, fiz o teste e no mesmo dia me avisaram que eu havia passado. Foi tudo de uma vez só.
O que mudou do Chay que saiu do “Ídolos” para o Chay de “Rebelde”?
Várias coisas. Se passaram dois anos. Fiquei mais velho, podemos começar por aí. [Risos]. As experiências mais marcantes da minha vida foram nessa fase. Nesses dois anos, vivi mais coisas do que nos outros 18 anos da minha vida. Acumulei muita bagagem em pouco tempo. Descobri várias coisas novas, me apaixonei por coisas que ainda não imaginava que iria conhecer e tudo isso sem ter o menor controle. Tudo foi acontecendo de forma muito natural.
O que você quer dizer quando afirma que não tem o controle das coisas?
Não planejei estar aqui, por exemplo. Nunca havia pensado na ideia de ser ator. Nem sabia que tinha talento para isso. Eu me inscrevi no “Ídolos” para cantar. Adoro música e achei que poderia dar certo. Não imaginei chegar tão longe, mesmo desejando, lá no fundo, ser campeão.
Como é a relação dos seis protagonistas nos bastidores?
Toda a cumplicidade que você vê em cena, existe na vida real. A amizade entre a gente se mantém intacta após tantos meses de trabalho intenso, rotina e o desgaste que uma relação possa sofrer devido a tanta convivência. Não só entre nós seis, mas entre o elenco como um todo. Essa união é fruto do trabalho desenvolvido por nós na primeira semana de oficina na Record, que preparou os protagonistas para esse projeto. Lembro que o Ivan Zettel [diretor de “Rebelde”] disse na primeira semana: “Bicho, pode acontecer qualquer coisa, mas isso aqui tem que se manter intacto”. E é o que nós estamos fazendo desde então.
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Eu não tinha nenhum conceito porque não conhecia o trabalho deles. Claro que sabia o que era o RBD, mas nunca havia parado para ouvir a música que eles faziam. Não assisti à novela mexicana. Lembro da euforia dos fãs, da época em que eles vieram ao Brasil, mas era só isso.
Você nunca demonstrou gostar do estilo popular. Até mesmo no “Ídolos”, você buscava canções “lado B” de artistas famosos, fugindo do que seria mercadológico. E o Rebeldes é uma coisa bem pop. Vocês foram “fabricados” com esse intuito...
Em todas as entrevistas, eu sempre tocava no ponto da antropofagia e do tropicalismo que é a vertente de que gosto da música nacional e, porque não, mundial. A Tropicália me encanta não só pela sonoridade, mas pela ideia de juntar as coisas e jogar tudo para o mundo. Então, o Rebeldes acaba sendo uma vertente também. Não vejo como algo que atrapalhe, algo que seja menor. A Tropicália também visava o mercadológico, visava jogar as ideias interessantes para a massa, de usar os assuntos cotidianos, a cultura pop de massa para atingir mais gente ainda e o Rebeldes é isso. A gente usa tudo que pode atingir, tudo que vai atingir, todas as táticas de chamar a atenção para agregar plateia. O Rebeldes sintetiza uma parte da ideia do Tropicalismo. Então, acaba não ferindo nenhum pouco a minha ideia.
Com o fim da novela, você faz planos de dar continuidade ao grupo?
O Rebeldes é um produto fechado. Quem montou a banda foi o Thomas, a Roberta, o Diego, a Alice, Pedro e Carla, e não a gente. Então, a continuidade da vida da banda não depende da gente. Nós somos só os atores que interpretam esses personagens que fazem parte da banda. Quando a novela acabar, vai ficar muito em função da vontade dos fãs em querer que esse trabalho seja levado à frente.
A possibilidade do grupo acabar está mais próxima do que se imagina, então...
'Rebelde' é muito gostoso, bem legal de fazer. Fiquei muito feliz em participar. O clima é ótimo. Vai ser bem triste o dia em que terminar. Construímos laços de amizade muito fortes. O fim da novela e, consequentemente, o fim da banda vai selar a nossa separação. Estamos praticamente sete dias por semana juntos. A partir daí, cada um vai tocar sua vida. Por mais que sejamos avisados com uma certa antecedência e saibamos que o fim está próximo, o primeiro dia livre vai ser diferente. Todo mundo vai ficar com saudade.
Você já tem planos para retomar sua carreira solo?
Tenho sim. Eu nunca parei de compor as minhas músicas, gravo várias coisas. Tenho de esperar o tempo certo para começar a tocar meus projetos pessoais.
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Pretendo. Eu gosto muito de atuar. Na verdade, é uma surpresa porque não imaginava que iria fazer nada disso. E gostei tanto que acabei fazendo questão de fazer o melhor possível. O resultado desse trabalho me deixou muito feliz. A novela me rendeu alguns prêmios e isso me incentivou a querer investir nessa vertente da minha arte. A interpretação é algo muito apaixonante.
Seu desempenho como ator surpreendeu até a crítica especializada...
Foi uma surpresa para mim também. Por mais empenhado que estivesse na aulas, nas gravações e em tudo que era exigido de mim, não imaginei que fosse ganhar prêmios, como o de ator revelação, por exemplo.
Por outro lado, a banda Rebeldes recebeu muitas críticas durante sua primeira apresentação na final do “Ídolos”...
Quem decidiu que nós deveríamos participar do “Ídolos” estava muito equivocado porque não tínhamos tido nenhum ensaio, nem conhecíamos as músicas que nós iríamos cantar. A gente conhecia “Rebelde para Sempre” por causa da abertura da novela, mas eu só tinha cantado essa música debaixo do chuveiro. Não sei exatamente quem deu a ideia da nossa participação no programa, mas, na minha opinião, foi um erro. E isso ficou claro para todo mundo.
Como você recebeu as críticas dessa estreia?
A crítica vem quando o despreparo está evidente. E é verdade, estava feio mesmo. Não tinha como dizer o contrário. A gente ficou chateado com o lance do “Ídolos”. Sabíamos que não tínhamos feito um bom trabalho. As críticas não foram equivocadas. Para você ter uma ideia, nós não conseguíamos nos ouvir durante a apresentação. Mas, depois melhorou. A gente ensaiou e os shows estão bonitinhos para caramba.
Como foi a sensação de ver milhares de pessoas gritando vocês na estreia da banda em Porto Alegre?
Foi lindo. A gente lavou a alma. Esse show teve todo um preparo. Foram meses de ensaio, equipamentos de qualidade e correu tudo bem. Fiquei extasiado quando a cortina foi aberta e vi aquela multidão unida em prol da nossa música.
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Invasão de privacidade incomoda em qualquer nível. Independente de ser da imprensa, do seu irmão, de alguém da sua família... A privacidade, o próprio nome já diz, é algo que não deve ser invadido. Então, não é legal, é claro. Quando você se importa com algo que não é tão importante, isso pode te afetar mais. Apesar de sempre ser algo chato, essa curiosidade sobre a vida particular de um artista é algo esperado. E a gente tenta lidar da melhor forma e dar pouca importância para isso.
Você é bastante reservado. Te incomoda ter de falar sobre a sua vida pessoal em entrevistas, quando especulam sobre sua vida sentimental, fazem perguntas sobre sua família... Você se sente invadido?
Não me considero reservado. Tem coisas que a gente não faz questão que os outros saibam não é por nada. É porque você tem assuntos com a sua namorada ou com o seu amigo que você não quer que a sua mãe saiba, por exemplo. Que dirá o país inteiro. Então, não é uma questão de ser reservado. Eu apenas não quero que uma informação íntima seja manchete de jornal. Esse tipo de coisa incomoda qualquer pessoa. É que os artistas estão mais sujeitos a essa especulação do que qualquer outro ser humano.
O boatos de que você não tem um bom relacionamento com a imprensa te afetam?
Isso não existe. Nunca destratei nenhum profissional. O que acontece é que existem alguns colunistas que estão acostumados a falar tudo e não ouvir nada. Porque os atores estão acostumados a fazer vista grossa como forma de se preservar. Só que vista grossa para mim tem limite. Eu tenho sangue quente. O negócio comigo é mais embaixo e não aceito os absurdos que a gente ouve.
Você convive diariamente com sua ex-namorada, a atriz Sophia Abrahão. O fim do namoro não estremeceu a relação de vocês?
Não. Nós nos respeitamos bastante. E acho que isso foi fundamental para que não ficasse nenhum tipo de clima entre nós. Não é porque o relacionamento não deu certo que não possa existir amizade.
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Foi legal e bem tranquila. Costumo a me adaptar rápido às mudanças. Não tive nenhum grande problema com o fato de ficar longe de todo mundo. Eu vim, conheci a galera e rapidamente estava adaptado. Claro que sinto falta dos meus pais, dos amigos que ficaram por lá, mas ter essa minha independência é algo que me satisfaz.
Comparado ao “American Idol”, o “Ídolos” não obteve o êxito da versão americana que é lançar um novo ídolo nacional. Na sua opinião, por que os artistas revelados no programa não tem suas carreiras alavancadas?
Para se fazer um ídolo ou um transformar alguém em sucesso o principal é a música. Independente de qual seja a vertente ou quanto tempo deve durar esse novo artista, a pessoa só vai fazer sucesso se ela tiver escolhido um bom repertório. Falta alguém que ajude esses cantores a escolherem músicas que possam se tornar sucesso nacional. Nos Estados Unidos, tem muita gente para escrever canções para ganhadores. Aqui no Brasil, as pessoas acham que o simples fato de estar aparecendo na televisão já basta. E não basta. A música tem seu lugar de importância inabalável.
Quais os planos que você faz para sua carreira? Você estabeleceu alguma meta a longo prazo?
Tenho várias metas. Mas, não costumo traçar nada. Tudo que planejei acabou saindo de outro jeito. A minha vida foi toda ao contrário. Fazia uma coisa em Vitória completamente diferente do que estou fazendo hoje. Gostava de outro tipo de som, tinha vários preconceitos. A vida foi me quebrando e derrubando esse conceitos tortos que tinha de muitas coisas sem que eu precisasse traçar muita coisa. Acaba sendo bacana deixar rolar sem ficar cobrando metas. O que tiver que ser, vai acontecer e o que é meu está guardado em algum lugar.
O que vocês faz nas suas poucas horas vagas?
A gente tenta arrumar tempo para fazer tudo que não dá tempo de fazer. Tudo que não é trabalhar.
Tempo de namorar, você tem?
Sempre arruma, né? Para isso, a gente arruma um jeito até quando está trabalhando.
E você está namorando alguém?
Essa aí a gente passa [risos].
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