Rebelde é uma telenovela brasileira exibida pela Rede Record desde 21 de março de 2011[4]. Produzida pela Record e pela empresa mexicanaTelevisa, escrita por Margareth Boury[6] e dirigida por Ivan Zettel, é inspirada na telenovela mexicana homônima escrita por Pedro Damián[7], que, por sua vez, havia sido inspirada na telenovela argentina Rebelde Way, criada por Cris Morena[8]. É uma obra representativa na história da teledramaturgia da Record por, além de ser a segunda parceria com a emissora mexicana, retomar a produção e exibição de duas telenovelas simultâneas em sua programação[9] e ser a primeira de seu gênero a ser produzida em alta definição[10].
Sophia Abrahão, Arthur Aguiar, Lua Blanco, Micael Borges, Melanie Fronckowiak e Chay Suede interpretam os papéis principais, numa trama que narra o cotidiano de seis adolescentes que estudam num colégio em regime de semi-internato[11] e enfrentam os "dramas" típicos do período, como a descoberta do primeiro amor, os conflitos de autoimagem, o desenvolvimento de distúrbios alimentares, o relacionamento conflituoso com os pais[12], obullying[13][14] e o alcoolismo[15]. Na versão mexicana, os seis papéis eram interpretados, respectivamente, por Anahí, Christopher Uckermann, Dulce María, Alfonso Herrera, Maite Perroni e Christian Chávez. Os nomes dos personagens e seus perfis foram levemente alterados por Boury[7], o que causou certa controvérsia entre os fãs da versão mexicana[16][17][18], que fora bastante popular no Brasil durante sua exibição[19][20].
Na trama, os seis principais personagens formam uma banda fictícia denominada "Rebeldes" - e os seis atores que os interpretaram formaram, consequentemente, uma banda de mesmo nome, fazendo apresentaçoes por todo Brasil, cujo primeiro álbum da banda chegou a vender até agora cerca de 80 mil cópias
Ainda em 2005, com a contratação do dramaturgo Lauro César Muniz, a Rede Record anunciou seus planos de passar a ter, em sua programação, dois horários distintos destinados à exibição de telenovelas[22][23]. A emissora já possuía, à época, o "RecNov", um estúdio localizado no Rio de Janeiro destinado à produção de sua teledramaturgia, de forma similar ao que a Rede Globo já fazia nos estúdios "Projac". A estrutura, entretanto, ainda não estava totalmente definida, e as filmagens de Prova de Amor a ocupavam integralmente. Uma vez que as obras de ampliação não iriam estar concluídas em tempo hábil[24] para o início das filmagens de Cidadão Brasileiro, a telenovela escrita por Muniz, outros locais foram utilizados pela emissora como cenário[25][26][27]. Em março do ano seguinte, Cidadão Brasileiro começou a ser exibida nesse segundo horário[28]. A telenovela foi exibida, em seu mês de estreia, às 20h 30min, mas sofreria nos meses seguintes uma série de mudanças em seu horário até regularizar-se às 22h 00. Esse horário foi seguido pela produção que a sucedeu, Vidas Opostas[29], enquanto o horário "das oito" seria posteriormente ocupado por Luz do Sol, que começou a ser exibida em 21 de março de 2007[30][31].
Entre 2006 e 2009, sucedendo à Cidadão Brasileiro, cinco telenovelas estrearam no horário de 20h 30[32] e em novembro de 2009 a emissora anunciou que já tinha capacidade de realizar até seis produções ao mesmo tempo[33], reforçando o projeto de implementar não apenas dois, mas três horários destinados à exibição de telenovelas, algo que vinha sendo cogitado desde 2005, quandoMargareth Boury foi anunciada como a autora de uma produção com temática juvenil até então denominada "E aí?", que seria exibida à tarde[28], mas que acabou não sendo produzida. Boury escreveria, em 2006, Alta Estação, telenovela que inauguraria um terceiro horário distinto destinado à exibição de produções do gênero[34].
Embora bem recebida pela crítica, a telenovela não alcançou índices de audiência considerados satisfatórios pela emissora, não conseguindo se consolidar como a segunda maior audiência do horário - o que levou ao seu cancelamento em maio do ano seguinte, pouco antes do término de sua primeira temporada e com os roteiros da segunda já sendo produzidos[35]. O site "NaTelinha", do portal de notícias UOL, chegaria a mencionar que tal cancelamento representaria uma decisão "precipatada" e "lamentável", colocando "um ponto final na terceira faixa de novelas, projeto audacioso da Record que dificilmente terá continuidade"[36]. Desde então, a emissora não conseguiria exibir, simultaneamente, três telenovelas inéditas. Entre 2007 e 2010, apenas dois horários da programação da emissora foram destinados à exibição de telenovelas[37].
[editar]Parceria entre Record e Televisa
Em maio de 2008 o jornalista Daniel Castro, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo, noticiou que a Rede Record e a emissora mexicana Televisa haviam começado a negociar um termo de parceria, que envolvesse não apenas a exibição de tramas produzidas no México - como a emissora tinha, desde 2000, com o canal brasileiroSBT - mas também a produção de regravações destas tramas com atores e roteiros brasileiros, sem restrições para as adaptações que fossem julgadas necessárias[38]. Ainda naquele ano, tal parceria seria oficialmente anunciada por ambas as emissoras[39][40]. Após o anúncio, o jornal Folha de S.Paulo afirmaria que estavam sendo cogitadas para serem regravadas as telenovelas Rebelde e La fea más bella, com o objetivo de serem exibidos estes remakes no horário das 19h. Rebelde, à época, chegou a ser anunciada pela própria emissora como a primeira produção decorrente desta parceria[41][42].
Bela, a Feia, telenovela baseada em La fea más bella, inicialmente representaria um retorno ao terceiro horário de telenovelas, mas atrasos na sua produção fizeram com que fosse reposicionada na programação[43]. Uma segunda coprodução México-Brasil entraria no lugar de Bela, a Feia, mas, em janeiro de 2010, o jornalista José Armando Vannucci noticiou que a Record não apenas não conseguiria exibir três telenovelas ao mesmo tempo, como abandonaria o segundo horário destinado ao gênero, deixando para exibir, no mínimo por todo o primeiro semestre de 2010, apenas uma telenovela: Ribeirão do Tempo[44].
Em janeiro de 2010, a emissora emitiu um "Comunicado à Imprensa" anunciando que, com o término de Poder Paralelo, não iria mais exibir uma telenovela no horário das 22h, com Ribeirão do Tempo substituindo Bela, a Feia, mas que ainda no primeiro semestre exibiria uma nova produção, no horário das 19h[37]. Pouco depois, o jornalista Daniel Castro informou que a Record produziria um remake da telenovela mexicana Cuidado con el ángel, e que este começaria a ser exibido ainda no primeiro semestre.
Naquela oportunidade, Margareth Boury foi apontada como a responsável pelo roteiro[45], que chegou a ganhar provisoriamente o título de "Vivendo o Amor"[46]. Vanucci, à época, noticiou a informação lembrando que "oficialmente, a Record diz que a nova novela “mexicobrasileira” está prevista para estrear ainda no primeiro semestre, que acaba no dia 30 de junho"[47].
[editar]Produção
Em junho de 2010, a Rede Record anunciou que não mais produziria um remake da telenovela mexicana Cuidado con el ángel, como vinha sendo até então anunciado, em favor de uma versão brasileira de Rebelde[46]. A telenovela é a segunda coprodução da emissora com a emissora mexicana Televisa, após Bela, a Feia, exibida em 2010. Naquela oportunidade, fora anunciado que as gravações teriam início em agosto daquele ano - e a estreia, ainda em novembro de 2010[48]. Entretanto, em setembro daquele ano fora anunciado que a telenovela só seria exibida a partir de fevereiro de 2011, pois as gravações, até então, não puderam ser iniciadas pela dificuldade que a emissora estava enfrentando na seleção do elenco[49].
Segundo o vice-presidente da Record, Walter Zagari, foram investidos 43 milhões no projeto[50] e a telenovela se tornará uma "marca", sendo alvo de diversos licenciamentos[51]. Simultaneamente à Rebelde, a emissora anunciava estar produzindo outra telenovela, intitulada Vidas em Jogo, prevista para estrear em abril de 2011[52] e já planejava implementar, no decorrer de 2011, três horários dedicados à teledramaturgia[53].
[editar]Escolha do elenco
A seleção dos seis protagonistas durou quatro meses e teve cerca de 600 candidatos[54]. O cantor Chay Suede participou da quinta temporadado reality show brasileiro Ídolos[55] - e logo após ser eliminado do programa, em setembro de 2010, já era cogitado para integrar o elenco da telenovela, em razão de sua popularidade junto ao público[56]. A saída dos atores Gabriel Braga Nunes, Tuca Andrada e Marcelo Serrado do elenco da emissora em 2010 teria sido visto como um fato determinamente para que a Record escolhesse Luciano Szafir para interpretar o papel de Franco Albuquerque, pai da personagem Alice[57].
Somente no final de outubro que seriam anunciados os atores que interpretariam os protagonistas[7]. Depois da definição, a emissora teria imposto aos protagonistas certas regras, como não se falarem entre si, não se envolverem em escândalos e não sairem juntos, para não terem uma superexposição na mídia[58]. Em novembro de 2010 tiveram início os workshops destinados à preparação dos seis protagonistas. Até então, a atriz Helena Xavier era cogitada para interpretar a avó do personagem de Suede[59].
[editar]Cenário e caracterização
Um colégio, denominado Elite Way, será o cenário da maior parte das tramas da telenovela. Para a caracterização dos alunos foi desenvolvido um uniforme que, embora similar ao utilizado na versão mexicana, deste distingue-se por pautar-se pelo uso de tons azuis ao invés de vermelhos[60]. Uma outra forma de diferenciar a trama brasileira foi estabelecer que os alunos estudariam num regime de semi-internato, podendo sair da escola nos finais-de-semana para retornar às suas casas - na versão mexicana, os alunos estudavam num regime de completo internato. Em decorrência disso, uma cidade cenográfica foi construída para retratar a casa dos pais dos personagens na Ilha de Guaratiba, no Rio de Janeiro[61][62][63]. As cenas de discussões entre os personagens se caraterizam pela presença contínua de onomatopeias, como acontece nas histórias em quadrinhos[64].
[editar]Exibição e continuidade
Como parte da parceira entre a Televisa e a Rede Record, Rebelde está sendo exibida no México[65][66]. Os episódios, dublados em espanhol, são exibidos no país desde julho de 2011 pela emissora, e nos Estados Unidos, a trama é exibida pela Univisión[66]. De acordo com Paulo Calil, diretor da Record Entretenimento, será a primeira vez que um texto escrito pela Televisa fora do México será exibido na emissora mexicana[66]. Calil disse que a exibição é "o reconhecimento da qualidade da Rebelde brasileira". Apesar do contrato entre as duas emissoras, não estava prevista a transmissão da telenovela para o público mexicano[66].
A estreia da produção no Brasil foi motivo de considerável indefinição. Inicialmente fora anunciado apenas o mês em que Rebelde seria exibida - março - mas sem uma data concreta. Posteriormente, quando finalmente fora confirmado que a estreia se daria em 21 de março - mesmo dia, mês e horário em que seria exibido o primeiro capítulo de Morde & Assopra, próxima "novela das sete" a ser exibida pela Rede Globo - a "estratégia" da Record passou a ser questionada[67]. O jornalista Flávio Ricco chegaria a chamar de "ilógica" a decisão de colocar o novo horário de telenovelas para enfrentar o já estabelecido horário "das sete" da Rede Globo. A telenovela estreou sendo exibida às 19h[4].
A partir de 11 de julho de 2011, a emissora anunciou que começaria a exibir Rebelde às 20h30[68][69] - uma mudança vista com receio pela equipe envolvida na produção da telenovela[70][71], mas que se mostraria acertada: Já no primeiro dia do novo horário, a produção apresentou um aumento na audiência média: 11 pontos ao invés dos 10 até ali obtidos[72]. Após boatos de que a telenovela teria uma nova temporada, a Record confirmou que extenderia o folhetim[73].
[editar]Sinopse
Quando Pedro (Micael Borges) tinha treze anos, seu pai se suicidou, e desde então ele vive com a mãe Beth e o irmão Raul. Quando sua mãe lhe consegue uma bolsa de estudos no renomado colégio do Rio de Janeiro Elite Way, ele reluta em ir, mas quando descobre que uma das alunas da instituição, Alice (Sophia Abrahão), é filha de Franco Albuquerque (Luciano Szafir), a quem ele culpa pela morte de seu pai, Pedro aceita ir para o colégio, como forma de buscar vingança[20]. Pedro e Alice acabam se apaixonando, e o romance passará por vários obstáculos, incluindo a inveja de Pilar (Rayana Carvalho). Filha do diretor da escola, Jonas (Floriano Peixoto), ela é a grande vilã da trama[74].
Os alunos vivem em um regime de semi-internato, ou seja, dormem na instituição de segunda à sexta-feira e podem retornar às suas casas nos finais-de-semana, para reencontrarem seus familiares[11][61]. No Rio, Pedro e seus familiares vão viver no bairro "Vila Lene", com outros personagens, como Tereza (Cristina Mullins), dona da cantina do Elite Way; Genaro (Edwin Luisi), um viúvo que tem um animado restaurante; a família de Dadá (Zezé Motta) e a república do professor de literatura Vicente (Eduardo Pires), onde vivem alguns alunos[20].
[editar]Elenco
Os personagens são largamente inspirados na versão mexicana, ao invés do original argentino. Sophia Abrahão interpreta Alice Albuquerque, uma adolescente de 17 anos identificada por seus colegas como uma "patricinha". Seu pai é Franco (Luciano Szafir), um homem riquíssimo e viúvo e de alguma forma relacionado com a morte do pai do personagem Pedro, num período anterior ao do início da telenovela[7][57].
Pedro é interpretado por Micael Borges[7]. Sua mãe, Beth (Cláudia Lira), lhe consegue uma bolsa de estudos na escola "Elite Way", para a qual ele não deseja se transferir - até descobrir que Franco seria o pai de uma das alunas dali. Ao chegar na instituição, ele se torna amigo dos personagens Diego, Tomás, Carla e Roberta - interpretados, respectivamente, por Arthur Aguiar, Chay Suede,Melanie Fronckowiak e Lua Blanco.
A personagem de Fronckowiak, apesar de ser inspirada em sua personagem respectiva da telenovela mexicana, foi baseada na mãe da Margareth Boury, criadora de Rebelde, que assim como Carla, sofre de bulimia nervosa[75]. Adriana Garambone interpreta Eva, a mãe da personagem Roberta.
Rayana Carvalho interpreta Pilar Araripe, uma das vilãs da história. Uma jovem manipuladora e invejosa, ela passa a nutrir uma grande rivalidade por Alice, após também se apaixonar por Pedro[76].
[editar]Música
Inicialmente, todas as quatorze canções que integram trilha sonora da telenovela foram gravadas e/ou escolhidas especificamente para a teenovela, não estando prevista a regravação de nenhuma das composições originalmente utilizadas pela telenovela mexicana ou pelo grupo RBD[77].
A banda NX Zero teve significativa participação na produção da trilha: a música de abertura, gravada pelos seis protagonistas em 14 de março de 2011, foi composta por Diego Ferrero, vocalista da banda[78] e o guitarrista Gee Rocha compôs algumas das canções que foram incluídas no primeiro álbum da banda "Rebeldes"[79], composta pelos seis protagonistas da trama. A banda originada da telenovela, nomeada de "Rebeldes", lançou seu primeiro álbum em 23 de setembro de 2011[80][81], originando o single "Do Jeito Que Eu Sou", lançado em uma versão original e outra acústica[82][83], além de conseguirem a certificação de disco de ouro pelo álbum Rebeldes, certificado pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), que a banda recebeu no palco do Programa do Gugu, apresentado por Gugu Liberato[84]. Em fevereiro de 2012 no palco do programa Legendários a banda Rebeldes recebeu o disco de platina por mais de 80 mil cópias vendidas[85]
[editar]Lançamento e repercussão
[editar]Audiência
A telenovela, vista como uma "aposta" de sua emissora, foi alvo de ampla divulgação nos dias antecedendo sua estreia. Seu primeiro capítulo, entretanto, apresentaria índices de audiência apenas satisfatórios, considerando a medição da cidade de São Paulo[86]. Pesquisa realizada no portal iG apontaria que apenas um terço dos votantes pretendia assistir a estreia - os demais pretendiam assistir Morde & Assopra, produção que seria exibida na mesma faixa de horário. O jornalista Fernando Oliveira comentaria que a enquete mostraria-se "certa" após os índices de ambas as produções serem contabilizados: Rebelde obteria menos que a metade da audiência conquistada por Morde & Assopra naquele dia[87][88] e menos que Bela, a Feia, coprodução Record-Televisa anterior, havia conseguido em sua estreia[87][89].
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