Por: Gabriel R.
Colaborou: Adriana Camargo Nascida como um projeto do vocalista do Angra, o Almah tornou-se uma das principais bandas do cenário nacional. Liderada por seu vocalista Eduardo Falaschi, o grupo chega ao terceiro lançamento, “Motion”, com um som pesado e complexo, mesclando as influências de todos os membros da banda, do Thrash ao Prog Metal. Em meio à turnê de divulgação do lançamento, conversamos com o vocalista Edu Falaschi sobre o novo álbum, a turnê, seu problema de saúde e o futuro de suas duas bandas: Angra e Almah. Foto/Reprodução Entrevista: UR: Edu, como é pra você compor hoje pro Almah? Eu pergunto isso, tendo em vista que a banda possui músicos de escolas diferente do Metal... O Marcelo Barbosa tem as raízes no Prog, enquanto o outro guitarrista, Paulo Schroeber já vem do Thrash! Edu: É ai que acontece a mágica! Quando juntam idéias para se criar algo novo. Eu trouxe mais uma vez a maioria das idéias, mas todos eles ajudaram e muito nas composições! UR: Falando no Paulo Schroeber. Parece-me que ele teve problemas de saúde, e teve que se afastar da banda por um tempo. O que houve? Edu: Infelizmente sim! Ele pediu um tempo pra se recuperar, pois o problema dele é super sério, com risco de morte! Não se brinca com o coração, então entendemos e agora estamos aguardando a sua posição quanto a sua volta. Ele tem um problema genético de coração! (NR: Paulo Schroeber tem problema hereditário grave desde pequeno, que é miocardiopatia dilatada - coração aumentado). UR: O guitarrista substituto, Ian Bemolator (Dark Avenger) conseguiu segurar as pontas legal. Ele teve muito tempo pra ensaiar as músicas? Edu: Teve super pouco tempo! Fizemos uns cinco ensaios! E mesmo assim ele quebrou tudo! O cara é genial! Nós temos muito que agradecê-lo! Sem ele nada disso teria acontecido! Tirar as partes do Paulo não é pra qualquer um! UR: Eu vi declarações que você pretende seguir uma linha mais moderna de composição, o que ficou evidente no “Motion”. Você acha que este será o diferencial do Almah em relação à suas bandas anteriores? Edu: Com certeza, será o diferencial do Almah em relação a qualquer banda! Acreditamos que hoje encontramos nosso próprio estilo! Até nos classificam como PowerThrash, Thrash Melódico ou PowerProg. Acho que a união do peso, da técnica e da melodia faz o som do Almah ter uma personalidade. Você vai encontrar sempre riffs mega pesados flertando com o Thrash e Death Metal, misturados a técnica do progressivo e as melodias do Metal Melódico, Pop, Indye Rock contemporâneo. Isso tudo é o Almah. UR: Falando nas outras bandas, eu notei que o set-list atual do Almah não há músicas das outras bandas. A intenção agora é priorizar as músicasd o Almah ou poderemos ouvir outrora alguma coisa do Symbols ou Angra? Quem sabe até alguma música das bandas dos outros membros? Edu: Hoje o Almah é uma banda mesmo! Tem sua história própria e já tem músicas suficientes para fazermos um setlist bacana! Não precisamos misturar mais as coisas tocando Angra, Symbols, Karma, Khallice, etc. Todos na banda tem suas outras bandas, mas o Almah hoje tem sua vida própria, sua história! Não é mais um projeto de vários músicos que tem suas outras bandas. É uma banda chamada Almah. UR: O disco possui composições bem pessoais. Eu senti que em “Hypnotized” houve certo desabafo pessoal seu. Edu: Essa é uma música que fala da imposição da mídia a respeito de costumes, comportamento, moda, estilo de vida, etc. Estamos sendo o tempo todo bombardeados com mensagens de “seja o numero 1, seja rico, seja o mais esperto, seja o mais bonito, seja a mais magra, seja o mais bem sucedido, etc”. Tudo isso com uma mensagem subliminar de “Faça isso a qualquer custo e passando por cima da moral e ética se necessário”. Então fiz uma letra bem irônica e que tem uma ponte que fica repetindo “Get up and win at life, you’rehypnotized!”, como se fosse uma voz te hipnotizando mesmo. UR: A letra de “Late Night in ‘85” também parece ser bem pessoal. Edu: Essa sim, é uma letra que fala sobre perder uma pessoa querida, mas que temos que crescer e viver com isso da melhor forma possível! Fala sobre uma situação pessoal minha de quando eu perdi meu pai num acidente de transito! Na verdade ele morreu em dezembro de 94, uma semana antes da festa do ano novo! Mas foi só depois das festas de fim de ano, já em 95, que minha ficha caiu e eu tive a certeza que teria que viver com aquela falta, mas que ainda tinha minha mãe e meu irmão para eu ajudar. Muita gente vive esse tipo de situação e eu achei legal dividir isso com as pessoas. UR: No mais, pelo o que eu observei, a intenção nas letras foi retratar temas contemporâneos, e vivenciados no dia-a-dia? Edu: sim, exatamente! Não queria mais ficar falando de dragão, anjos, cavaleiros medievais, etc. Queria retratar a vida como ela é! E falar de coisas que as pessoas se identificassem e entendessem. UR: Voltando a falar no lançamento. Aparentemente, a divulgação pro “Motion” no exterior tem sido maior do que a dos dois álbuns anteriores. Com a divulgação dos clipes pela Europa, com a mini-tour de divulgação do lançamento no exterior. Como tem sido a recepção do álbum por lá? Edu: Tudo isso se deve ao crescimento da banda! As coisas rolam naturalmente! Dessa vez com o Motion as gravadoras pediram pra irmos pra lá, pois a banda tinha crescido e já era hora de mostrarmos as caras pessoalmente! E elas estão investindo mais na banda! Sentimos que o Almah cresceu bastante e tem tudo pra estourar! Vamos continuar trabalhando pra isso! UR: Vocês pretendem excursionar pela Europa ou Japão? Edu: Esperamos que sim, mas que aconteça na hora certa!Acreditamos que essa hora está chegando e que no ano que vem talvez tenhamos essa chance. UR: E no Brasil? Como tem sido a recepção até agora? Inclusive eu soube que houve boas vendagens. Edu: No Brasil estamos indo muito bem! Somos um dos cinco discos de rock mais vendidos do Brasil. E a única banda nacional nesse “ranking”. A receptividade dos fãs com o Motion é absurda! Quando fizemos o Motion, queríamos ter um disco que a banda amasse tocar, o resto seria conseqüência! E hoje podemos dizer que ele se tornará talvez “O” clássico da banda. UR: Você declarou que vai fazer uma pausa como vocalista por um tempo, pra cuidar da sua voz. Essa decisão é definitiva? E existe alguma previsão para o seu retorno aos palcos? Edu: Sim! É definitiva! Preciso me operar e tratar do meu refluxo! E definitivamente voltar a cantar como o mundo me conheceu no “Rebirth”. Pra isso eu preciso de tempo para me tratar, custe o que custar. A previsão é eu voltar em Março! Mas não quero prometer nada! Vou operar e ver o que rola! Só quero voltar quando eu sentir que minha voz está saudável de novo. Quando isso acontecer, espero que logo, ai voltarei com a tour do Motion. UR: O que você está fazendo para cuidar da sua voz? Edu: Estou fazendo aulas para fortalecer os músculos da garganta, estou tomando remédios e fazendo exames pré-operatórios. UR: Existe uma forte dúvida na cabeça dos fãs com relação ao Angra. Após a sua declaração de parar de cantar por tempo indeterminado, não houve nenhuma manifestação da banda. Sabe-se que o Kiko Loureiro até se mudou pro exterior... Qual é a atual situação? Você continua na banda? O Angra continua? Edu: Espero que a banda continue sim! Vamos conversar em Dezembro (NR: A entrevista foi feita em novembro). Não quero sair do Angra, ajudei a construir essa carreira linda e vou tentar fazer com que a banda se una de novo. Quando eu não sei, tomara que em breve! Mas eles terão que me esperar se me quiserem na banda, porque no mínimoeu só volto em Março/Abril de 2012. UR: Na sua declaração, você mencionou que buscará cantar de acordo com sua característica natural, como barítono. É um adeus definitivo aos agudos? Edu: Eu, com minha voz saudável, também canto tons agudos, mas não quero mais cantar aqueles “absurdamente” agudos. Vou pedir pra baixar tons de músicas muito altas e vou pedir pra priorizarmos as músicas da minha época nos shows. Deixando só umas duas ou três da época do André (Matos) no set. Acredito que com músicas do Rebirth, Hunters and Prey, Temple of Shadows, Aurora Consurgens e Aqua temos hits suficientes para se fazer um bom show. UR: Por fim, gostaria de saber quais são os planos futuros pro Almah? Edu: Vamos fazer a tour pelo Brasil até Dezembro. Vamos gravar mais uns dois clipes até o fim do ano. Devemos voltar em Abril de 2012 coma tour do Motion e já estamos falando em gravar um próximo CD já no inicio do ano que vem. Além de gravar um DVD da MOTION TOUR. |
Entrevista exibida em dezembro de 2011 idealizada pelo site Universo do Rock
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