Amor ao Contrario, capitulo 2


Capitulo 2

Leônidas: Você olha o tom de voz pra falar comigo! Eu sou seu pai!  Você me deve tudo o que você é hoje! E olha como fala do seu irmão.
Lucas: Você não é o meu pai! E nunca tentou ser. Nunca sequer ia pra escola ver os jogos de futebol! Você sabe como é ser a única criança sem o pai torcendo na arquibancada? Sabe o quanto é vergonhoso? Humilhante?
Leônidas: Meu filho, eu não tinha como ir. Sua mãe tinha morrido e seu irmão passou meses na UTI. Eu não podia abandoná-lo.
Lucas: Mas me abandonou. E tem mais, você nunca estava ausente pro Henrique. Nunca ele estava sozinho, mas eu? Eu passei a infância toda sem pai! E sem mãe também! Aquela sua mulher nunca me engoliu! Nunca foi minha mãe! Se não fosse a Augusta, quem sabe o que teria sido de mim!
Leônidas pensa um pouco, se acalma, e diz:
Leônidas: Lucas, eu sei que você está magoado, mas, por favor filho, tenta me entender. Eu fiquei muito abalado com a morte da sua… (ele pensa de novo e conclui) da Sônia.
Lucas: Não ficou não. Não ficou, sabe por quê? Por que com o Gustavo, o mimadinho da família, você sempre foi só alegria. Aquele doente problemático sempre podia contar com você. Ou você acha que eu não sabia onde você estava? Tava lá, brincando com o “patricinho” enquanto eu ficava sozinho, sofrendo.
Gustavo sai correndo pro seu quarto, com o rosto já tomado pelas lágrimas. Leônidas fita Lucas nos olhos, aumenta o tom e começa a falar:
Leônidas: Você tem parar de ser tão emotivo. Deixa de ser criança, meu filho. Deixa desse ciuminho ridículo. E nunca mais fale de mim ou dos seus irmãos desse jeito, ouviu bem? Agora pro seu quarto! Entendeu bem? Pro seu quarto!
Lucas sai, no mesmo instante em que Augusta chega com as compras do supermercado
Augusta: Seu Leônidas, o senhor num vai acreditar, mas o preço do macarrão tá um roubo! –(Ela olha para a cara do patrão e percebe o ar abatido) – Vixe! Que tormenta passou por aqui, meu Deus?
Leônidas (tentando disfarçar): Nada não Augusta, nada não. E cadê o Gustavo? Você não ia buscá-lo na escola?
Augusta: Ué? Mas eu deixei ele aqui já faz uns 20 minutos! Ele não apareceu não? (Ela sai e começa a chamar pelo garoto)  - Gustavo! Gustavo!
Leônidas fica preocupado. “E se ele ouviu a nossa conversa?”. Ao longe, ouve Augusta dizer:
Augusta: Gustavo! Abre essa porta menino! – (Ele abre e ela nota seu rosto inchado) – Por que é que você tá desse jeito, querido? Alguma coisa na escola?
Gustavo (ainda com voz de choro): N-nada n-não, Augusta. Faz um favor, hoje cê faz aquela sopinha de batata com carne?
Augusta (abraçando o menino): Ô meu anjo! Faço sim, tá. Mas ó, vê se toma um banho e limpa essa cara, tá bom? Um menino contente, alegre e esperto como você não devia andar triste por aí.
Augusta beija o garoto e sai. Lucas, que estava observando a cena, vai para o seu quarto para descansar a cabeça um pouco.
Lucas: É… aquele menino consegue cativar os outros fácil, fácil…
Depois do jantar, todos vão dormir, exceto Gustavo, que fica na cozinha, comendo a sopa e pensando:
Gustavo (se torturando em pensamento): Fui eu. Eu sei que fui eu. É minha culpa o Lucas ter sido ignorado, é tudo minha culpa. – (começa a chorar por dentro) – Não! Chega! Chega disso. A partir de agora eu não vou mais ser um problema pra mais ninguém!
Gustavo pega uma jarra de água e corre para a despensa. Abre um armário e tira vários comprimidos de dentro dele. Coloca todos na jarra de água e toma fôlego pra engolir.
Gustavo: Que ninguém mais sofra por minha causa! – Ele engole a água e cai no chão. Leônidas ouve o barulho e vai até a despensa, onde encontra o filho desacordado, com a jarra e dúzias de caixas esparramadas no chão. Ele se desespera.
Leônidas: Gustavo! – (E corre para buscar ajuda)
Leônidas sai em disparada pela casa, acordando os outros
Leônidas: Lucas! Henrique! Socorro! Augusta! Alguém por favor ajude!
Augusta (sonolenta): Que é isso, seu Leônidas? Isso lá são horas? Pra quê essa gritaria toda?
Leônidas (que, de desespero, quase não consegue falar): Gustavo… Na despensa… Socorro… Ajuda…
Leônidas tomba no chão,Henrique, quem vem vindo atrás, corre para ele.
Henrique: Calma, pai, se acalma. – (ele olha pra Augusta, parada, procurando, alguma resposta) – O que é que tá acontecendo, hein Augusta?
Augusta: E você acha que se eu soubesse taria aqui parada feito poste? Seu pai que saiu gritando por aí. Ele mencionou a despensa. Vou lá pra ver se tá tudo bem…
Henrique: Vai enquanto eu chamo uma ambulância pro velho aqui. Ele capotou legal…
Augusta sai em direção à despensa. Henrique pega o telefone e liga para o hospital. Assim que ele desliga o telefone, Lucas aparece, ainda se vestindo.
Lucas: Mas o que é que tá acontecendo, Henrique?
Henrique: Não sei. Só cheguei a tempo ver o pai caindo duro no chão.
Liguei pro hospital. Eles vão mandar uma ambulância e…
Antes de Henrique terminar, aparece Augusta correndo desesperada, vindo da despensa
Augusta: Pois trate de pedir outra! Seu irmão também tá caído no chão da despensa, e, Deus o guarde, junto dumas três dúzias de caixinhas de remédio. 
Lucas (preocupado): Quê?! Não, não pode ser… O Gustavo?
Augusta: Pois é ele mesmo. Temo pelo pior. Hoje antes do jantar, ele tava chorando lá no quarto dele… Ah! Mas foi por isso que ele ficou depois da janta! Acho que deve ter sido alguma coisa lá naquela escola. Eu nunca confiei naquela gente! Tratam a criança como objeto…
Lucas: Esquece disso, Augusta. Eu vô lá pegar ele e você chama a ambulância.
Lucas sai correndo e, ao chegar na despensa, encontra a cena de horror: Gustavo, caído no chão, com as caixas de remédio ao seu redor, pálido como neve e com sangue escorrendo pela boca e pelo nariz.
Lucas: Ah, meu Deus! Será que isso tudo… é culpa minha? - (A voz começa a sair embargada) - Gustavo! Gustavo, meu irmão, acorda! Gustavo, por favor acorda! – (Lucas começa a chorar) – Por favor… Gustavo…
Lucas começa a chorar sobre o irmão. De repente, aparece um vulto vindo da cozinha. É Augusta.
Augusta: Lucas! Pega logo o menino que os médicos estão aí!
Lucas pega o irmão no colo e o carrega até o a ambulância. No caminho do hospital, os médicos abrem a traquéia de Gustavo, que passa a respirar por equipamentos, e o colocam no soro. Lucas, Henrique e Augusta vão seguindo os dois carros. Lucas volta a sentir remorso
Augusta: Por favor, senhor. Não deixa nada de ruim acontecer com o Gustavo…

Fiquem ligados no próximo capítulo de Amor ao Contrario amanha as 15h00 da tarde no horário de brasília aqui no Esplay

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