Amor ao Contrario, estreia capitulo 1

Capitulo 1

Dia ensolarado em São Tomás, cidade na região serrana do Rio de Janeiro, apesar do frio que está fazendo. Várias pessoas andam apressadas pelo centro da cidade. Entre elas está Marina, uma jovem de 24 anos, recém-formada em Engenharia, à procura de um emprego. Carrega consigo uma maleta cheia de documentos, para um banco no qual tem uma entrevista. Apressada, acaba esbarrando com um homem na calçada, e a derruba.

Marina (envergonhada): Ah…, desculpa moço… É que eu tô meio atrasada e…
Henrique (com raiva): Desculpa nada! Vê se presta atenção, ô garota! Pra que tanta pressa?
Marina: É que eu tenho uma entrevista de emprego num banco aqui perto e… Ah, mas deixa eu pegar os meus papéis aqui antes que eles sujem…
Henrique: Nossa… Mas o que uma menininha tão nova tá fazendo trabalhando? Deixa de ser careta, garota! Aproveita, vai curtir a vida!
Marina: Eu tenho é que agradecer por ter essa chance! Sempre quis ter meu próprio dinheiro, minha independência – (Ela nota as roupas elegantes do rapaz) Já você… o que é que você faz da vida? Gasta o dinheirinho do papai, é?
Henrique (zombando): Pois a favelada aí fique sabendo que euzinho aqui tenho trabalho sim. E muito bem pago! Mas eu não fico por aí todo preocupadinho, todo estressadinho. Eu sei aproveitar muito bem o meu tempo. Mas – (mudando a voz) -  já que a questão é o dinheiro… – (Puxa um maço do bolso) – Toma, aqui ó! Te espero naquele beco ali em 3 minutos.
Marina (com medo): Pra quê?
Henrique: Ora, você acha que eu vou só te dar o dinheiro? Você vai ter que “batalhar” pra ter ele. A gente fica ali, no escurinho, aí rola uns amassos… Coisa vai coisa vem e pronto! A grana é sua!
Marina (com nojo): Eu hein? É ruim que eu vou me rebaixar a esse nível! Eu não sou como essas “piriguetes” que você tá acostumado a encontrar! Fica com o seu dinheirinho e oferece pra outra! Aliás, o que é que você faz mesmo?
Henrique: Eu sou policial. E, aliás, olha que eu te prendo por desacato!
Marina (irônica): Ah! Um policial? Era disso mesmo que eu tava precisando. Eu queria fazer uma denúncia. Olha, tem um cara por aí oferecendo dinheiro pras meninas transarem com ele. Vocês da polícia deviam investigar o caso, sabe, afinal, incentivo à prostituição é crime! Olha, abre o olho!
Ela sai andando, olhando o relógio para ver o tempo perdido. Henrique, furioso, atira uma pedra no chão e vai pra casa. Na sala, encontra seu irmão, Lucas, que está mexendo no notebook.
Lucas: – E aí, cara? Poxa, que carranca é essa? Já sei: levou outro fora?
Henrique: É… As minas de hoje não são fáceis não… Tu acredita que ela teve a cara de pau de me deixar falando sozinho? Logo eu, que sou melhor que o galã da novela das oito…
Lucas (se esforçando pra não rir): Sei… Mas depois você me conta. Minha namorada tá Online agora e eu quero falar com ela.
Henrique: Claro, fica aí de nhênhênhê com aquela coleguinha, fica… Eu tenho mais o que fazer. Só não se esquece que o pai tá chegando, e se ele te pega com essa garota… já viu, né? – (e sai da casa).
Lucas: Ai ai… Se bem que ele tá certo. Papai já não gosta muito da Marina, imagina se ele me pega falando com ela? Tomara que os dois se acertem logo… (Ele suspira. Vira pro notebook e começa a teclar)
Oi meu amor, tudo bem?
Marina: Ei LU. Consegui aquela vaga. Apesar de ser engenheira, a gente acaba aprendendo Administração até melhor do que quem escolhe esse curso. Tô muito feliz!
Lucas: Que bom. Tava torcendo muito por você. Você sabe que eu fiquei muito desapontado com o meu pai depois que te recusou na nossa empresa. E olha que você ficou entre os primeiros colocados. É pura birra dele…
Marina: Esquece isso tá? Hoje  é dia de comemorar! Se bem que, nem tudo foram flores…
Lucas: Porquê? Aconteceu alguma coisa?
Marina: Fico com nojo só de falar. Foi um riquinho tarado e metido a besta que tentou me abusar na rua…
Lucas (o sangue começando a ferver) – O quê? Eu mato o sujeito!
Marina: Mas que é isso, Lucas? Você nunca foi violento!
Lucas: Desculpa. Fiquei alterado. Eu te amo muito.
Marina: Eu sei disso. Mas você nunca mais fica assim. O Lucas que eu amo é um fofo, não um valentão briguento.
Lucas: Já disse que te amo. É instinto básico proteger quem se ama. Ainda mais quando se ama desse jeito. Mas você sabe alguma desse cara?
Marina: Nada… Ah! Ele disse que era policial!
Lucas: Então! Meu irmão é delegado! Posso pedir pra ele abrir um inquérito. Já, já o cara tá preso - (Lucas ouve um barulho do lado de fora. É seu pai. Ele sabe que não ficaria bem o pai, que nunca aceitou o namoro, pegá-lo com a namorada no computador) – Tenho que ir. Meu pai chegou.
Marina: Tá. Te amo. Amanhã eu vou aí. Tô com saudades.
Lucas: Ok. Tchau, meu amor.
Lucas desliga o notebook. Ouve seu pai abrindo a porta da casa. Seu pai, Leônidas, entra na sala e o chama.
Leônidas: Lucas! Você está aí? Aparece, filho!
Lucas: Oi pai! Chegou cedo em casa.
Leônidas: Cheguei sim. Dia de pouco movimento lá na construtora.
Lucas: Pouco movimento? Como uma construtora em São Tomás, vizinha de Petrópolis, consegue ter pouco movimento depois de tudo que aconteceu no início do ano? Devíamos é estar abarrotados de tanto cliente!
Leônidas: Coisas do negócio. Um dia se vende muito, no outro, quase nada. Mas, falando na construtora, tenho uma coisa a reclamar com você.
Lucas: O quê?
Leônidas: Você não deu mais as caras por lá depois que começou a namorar aquela tal garota. O que aconteceu com você? Você era tão responsável… Não falei que aquela menina só traria problema? Por isso não aprovo esse romance de vocês dois…
Lucas: Pai, você sabe que eu gosto da Marina. Eu sei que não ando muito lá no trabalho, mas eu tinha umas coisas pra acertar depois da faculdade.
Gustavo, o irmão caçula de Lucas, chega da escola e entra na casa pela porta da cozinha, sem os dois perceberem. Curioso, fica ouvindo a conversa dos dois escondido, no corredor que dava para a sala de estar.
Leônidas: Faculdade, faculdade, é sempre essa droga de faculdade! Você parece que não tem outra desculpa pra dar! Para de arranjar desculpa pra tudo! Deixa de ser preguiçoso!
Lucas: Olha aqui, pai, eu posso ser muitas coisas, mas preguiçoso, não! Eu, ao contrário daquele metido do meu irmão, sempre batalhei por tudo! Enquanto ele ficava paquerando as meninas e torrando o seu dinheiro, eu estudei, eu me esforcei, e agora eu tô aqui, formado e pronto.
Leônidas: Pronto pra quê? Pra ficar o dia todo nesse computador? Larga desse troço e vai fazer algo útil da vida! Você nunca foi ausente no trabalho. Agora resolveu ficar longe de tudo e todos pra ficar namorando?
Lucas lembra do passado e fica irado e os dois elevam o tom da discussão.
Gustavo continua ouvindo atrás da porta.
Lucas: Ausente?! Eu? Você nunca vai poder reclamar de mim pai, nunca. E sabe por quê? Por que quando eu era pequeno, você nunca me apoiou! Você nunca ligou pra mim! Eu era sempre a terceira opção. Você sempre preferiu aquele idiota do Henrique e aquele problemático do Gustavo que, aliás, sempre foi o seu queridinho filhinho do papai, né?
Gustavo começa a chorar por dentro. Leônidas se assusta com o
tom de Lucas, que já está vermelho de ódio.

Fiquem ligados no próximo capítulo de Amor ao Contrario amanha as 15h00 da tarde no horário de brasília aqui no Esplay

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