Co-produção brasileira, portuguesa, francesa e alemã, "Tabu" rompeu com a tendência dominante até aqui na competição do Festival de Berlim 2012 de filmes narrativos lineares centrados em temas políticos e familiares. Em preto e branco, com uma parte falada e outra muda, foi um choque bem vindo pelos jornalistas presentes na sessão de imprensa, no início da tarde desta terça (14), que aplaudiram bastante ao final da projeção.
O diretor do filme, o português Miguel Gomes, assinou anteriormente a comédia "Meu Querido Mês de Agosto", sucesso na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo de 2009. "Tabu" vai no caminho oposto, embora o exercício da ironia seja uma das marcas registradas do cineasta.
As referências ao cinema mudo e aos filmes alemães de Friedrich Wilhelm Murnau também perpassam "Tabu". Mas não como uma forma de homenagear o cinema, de acordo com a resposta que o diretor deu ao UOL: "A minha intenção é mais dialogar com a memória do cinema clássico americano e mudo. Não acho que o cinema precise ser homenageado, a não ser pelos filmes que continuam a existir e que são bons".
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