Amor ao Contrario, capitulo 8

 Capitulo 8

Na casa dos Oliveira Araújo, Marina está assistindo televisão quando Isabela finalmente sai do quarto de Henrique
Marina: Até que enfim, né, Isabela? Pela demora, deu pra perceber que você “maltratou” ele muito, né?
Isabela(rindo): Ah, amiga, me deixa vai. É como diz o ditado: Se você não vence o inimigo, o melhor é se unir a ele. E menina, essa foi uma “unida” daquelas, viu?
Marina: Isabela, sabe que às vezes você me assusta? Ó, dá medinho, hein!
Isabela: Você que é muito chata, viu sua… sua… sua puritana! – (Isabela dá de ombros e sai. Quase em seguida entra Gustavo, chegando da escola)
Marina: Oi Gustavo! Como foi na escola? Gostou de lá?
Gustavo: Adorei. Simplesmente adorei… – (diz ele, sem prestar muita atenção em Marina ou no que diz)
Marina: Sei… Vem cá, fiquei sabendo que rolou um “climinha” entre você e a Amanda. É sério?
Gustavo (envergonhado): Bom… sei lá… – (e sai todo corado. No corredor, ele passa por Lucas)
Lucas: Gustavo! Beleza? E aí, como foi no colégio? Pegô muita menininha? – diz ele, em tom de brincadeira. Gustavo, visivelmente incomodado, não fala nada e vai direto para o banheiro, onde fica pensando – Será que a Amanda gosta mesmo de mim? E, e se ela gostar, o quê que eu faço? Eu não sou muito bom com garotas. Tenho medo de estragar tudo – Ele abre o chuveiro e toma um banho gelado.
Lucas: Então Marina? A Isabela já foi?
Marina: Acabou de sair pela porta.
Lucas: Isso quer dizer que eu já posso pegar o kit de primeiros socorros?
Marina: Só se for pra remendar a cama. Porque pelo barulho, não foi pouca coisa que rolou lá dentro, não.
Lucas: Hi hi hi… É, parece que sua amiga tem um “fogo” quase inapagável!
Marina: Isabela? Ih, meu querido, aquilo ali nem se o Oceano Atlântico chovesse todo em cima dela apagava! A Isabela é muito agitada, frenética. Mas você trate de se acostumar, porque eu chamei ela pra ser nossa madrinha de casamento.
Lucas: Verdade. Eu tinha completamente esquecido de que tenho que chamar um padrinho…
Marina: Ah, Lucas! Eu tenho tanta coisa pra fazer e você nem escolher o padrinho escolheu! Assim não dá, né! Tem que cooperar, amor.
Lucas: Eu sei, amor, mas a minha cabeça tá uma pilha de nervos com tudo que aconteceu e, além do mais, tenho que regularizar minha situação na empresa. Em breve vou assumir a vice-presidência. Tenho que me inteirar de tudo que está acontecendo. Ainda mais com a demanda extra por causa da reconstrução das cidades vizinhas.
Marina (fazendo dengo): Olha, pode até ser, mas faltando um mês pro casamento você tira férias, tá? E olha, da lua-de-mel cuida você. Quero me surpreender…
Lucas (abraçando-a): Pode deixar… Eu vou te fazer a maior surpresa da sua vida…
Os dois se beijam apaixonadamente. Henrique os observa atrás da parede. Ele sente ciúmes e um ódio profundo toma conta de seu ser. Ele sente que se apaixonou por Marina. Ele sai de fininho, sem ser notado pelos dois. Ele se tranca em seu quarto e fica ali, pensando. Marina e Lucas ainda estão na sala quando a campainha toca. Lucas vai atender e se surpreende quando dá de cara com Amanda.
Lucas (confuso): Ã, posso ajudar?
Amanda: O Gustavo está?
Lucas: Ele tá no banho. Você quer esperar?
Amanda: Não, deixa pra lá. Eu falo com ele amanhã; A Isabela já foi?
Lucas: Já, e se eu fosse você, não amolava muito a sua irmã que ela tá “quente” hoje.
Amanda: A Bella não tem jeito mesmo. Tchau.
Lucas: Tchau – E fecha a porta.
Marina: Eu ouvi direito? Era a Amanda?
Lucas: Era… veio falar com o Gustavo
Marina: Ahmn, que fofo! Eu bem que suspeitei dos dois. Eu percebi um certo clima quando eles voltaram ontem da visita.
Lucas: É, pra amor você tem um olho clínico.
Marina: Se tratando de amor, meu olho e meu olfato têm precisão ó, cirúrgica.
Lucas: Mas eu quero ver essa precisão toda no casamento.
Marina: Ah, você nem me lembre. Você acredita que eu fui na floricultura e eles não tem rosas brancas? É o cúmulo. Agora eu vou ter que re-arranjar toda a decoração da igreja e… – Ela continua falando e Lucas ali, ouvindo. Na porta dos fundos, Augusta entra com as compras do supermercado, mas escorrega e deixa as coisas caírem no chão.
Augusta: Ah, vixe! E agora? – Ela começa a catar as coisas do chão. – Ah, o tomate amassou todinho! Agora não dá pra fazer mais o molho do macarrão!
Leônidas (entrando): Como assim meu macarrão vai ficar sem molho?
Augusta: Ah, seu Leônidas, o senhor me desculpe. É que eu escorreguei e as compras caíram tudo no chão.
Leônidas: Ah, deixa que eu te ajudo…
Leônidas começa a catar as compras junto de Augusta. Quando ela vai pegar a lata de ervilhas, a mão dele agarra a dela e os dois sentem algo estranho. O toque desperta em Augusta uma ponta de esperança num sentimento até então não compreendido.
Leônidas (encabulado): Bom, er… Deixa eu ir que você deve ter muito trabalho pra fazer…
Augusta (igualmente corada): É… Bom, deixa eu voltar ao serviço…
Fica um clima de tensão no ar. Leônidas sai mas, no caminho, percebe que o Pager não está em seu bolso. “Devo ter deixado na cozinha”, ele pensa. Ele volta, mas não está lá. Decide então perguntar a Augusta. Ele se dirige ao quarto da empregada. Ao abrir a porta, se depara com algo que ele nunca poderia pensar
Leônidas (atônito): Mas o quê… O quê significa isso!?
Augusta (nervosa): C-Calma doutor, e-eu posso explicar…
Leônidas: Explicar? Como que você pode explicar esse… esse… isso!
O quarto de Augusta, separado da casa por um pequeno corredor por entre o jardim, é um verdadeiro mural. Várias fotos de Leônidas mais jovem, sem camisa, montagens com o rosto dos dois se espalham pelas paredes, emolduradas em corações. Ela, sentada na cama, chora de desespero. Ele, nervosíssimo, a agarra pelo braço:
Leônidas (irado): Fala! Fala mulher! Fala sua vagabunda! Cafetina! Tarada! Hein, me diz! Me diz o quê é toda essa safadeza!
Augusta (chorando): Por favor… O senhor tem que me deixar… Tem que me deixar explicar…
Leônidas: Anda! Fala! Fala logo sua depravada! – Ele a solta e ela cai sobre a cama
Augusta (tentando conter o choro): Eu… Eu amava, amo o senhor!
Leônidas fica chocado. Seu rosto empalidece e ele caminha para trás.
Leônidas (pasmo): V-Você o quê?
Augusta (nervosa): É isso mesmo. Eu amo, e sempre amei o Senhor, Dr. Leônidas. Foi logo que eu vi o senhor quando vim fazer a entrevista de emprego. Eu senti uma coisa muito, mas muito forte aqui no meu coração. E essa coisa é o amor.
Leônidas fica parado, quieto, por alguns instantes. De repente, sua expressão muda para um tom agressivo.
Leônidas: Você… Sua safada! Não imagino o tanto de porcaria que você não pensou comigo, pra não dizer coisa pior. Mas chega. Ponha-se pra fora daqui! Fora! Rua!
Augusta começa a chorar mais, e Leônidas sai. Ele se tranca em seus aposentos e fica refletindo. Enquanto isso, em seu quarto, Gustavo está estudando quando seu telefone toca.
  Gustavo: Alô?
Amanda: Oi, Gustavo? É a Amanda.
Gustavo: Amanda? Porquê você tá me ligando?
Amanda: Gustavo, eu queria te pedir um favor. É que hoje meus pais vão voltar de Goiás e eu queria muito ficar com eles.
Gustavo: Tá, e eu a ver com isso?
Amanda: Então. Será que não dava pra você fazer aquele trabalho de história pra mim? Vai, você é o menino mais inteligente que eu conheço.
Gustavo: Não sei não… Não vão desconfiar de dois textos iguais?
Amanda: Ah, Gustavo, então faz dois textos diferentes! Usa essa cabeça! Por favor, vai! Por mim!
Gustavo: Não sei não…
Amanda: Ah, por favor! Meus pais quase nunca vêm me visitar e eu queria ficar com eles.
Gustavo: Ah, tá bom. Eu faço. Vai curtir os seus pais.
Amanda: Ah, Gustavo, brigada viu! Você é um amor. Beijos – Ela desliga o telefone e chega Isabela, abrindo a porta do quarto.
Isabela: Ô, pirralha, você vai querer comer? Eu pedi uma pizza pra nós duas. Vai comer?
Amanda: Vou sim. Eu já disse pra bater antes de entrar!
Isabela: Ih, garota, vai comer purê! E ó, vê se sai desse computador. A conta de luz veio alta mês passado.
Amanda: Ah, deve ser você e aquele seu secador! Fica uma hora secando o cabelo e ainda bota a culpa em mim!
Isabela (batendo a porta do quarto): Insuportável!
Amanda (gritando): Velha disfarçada! – Só se ouve Isabela bater a porta do próprio quarto com força. Amanda começa a rir. Ela volta ao computador. No computador também está Henrique, checando alguns arquivos da polícia em seu pen-drive.
Lucas (sarcástico): Que foi, delegado? Resolveu trazer serviço pra casa?
Henrique: Há, há. Muito engraçado. Tô tentando traçar um paralelo entre uns crimes virtuais que tão ocorrendo.
Lucas: Agora tá investigando internet, também?
Henrique: É, delegado faz de tudo hoje em dia.
Lucas: Bom, se você não estiver muito ocupado, eu e a Marina vamos sair pra comer comida japonesa. Ele é vidrada num yakisoba. Você quer ir com a gente?
Henrique: Não, prefiro ficar com a lasanha da Augusta. Estranho, não tô sentindo nenhum cheiro vindo da cozinha.
Lucas: Verdade. Será que aconteceu alguma coisa?
Henrique: Vamos lá ver.
Os dois seguem até a cozinha, que está vazia, e se assustam. Ao voltarem à sala, observam um movimento do lado de fora e vão até lá. Ao entrarem no quintal, dão de cara com Augusta, com o rosto inchado de tanto chorar, colocando suas malas dentro de um táxi.
Lucas: Mas o quê é isso?
Augusta (colocando a última mala no bagageiro e correndo em direção a ele): Ah, meu querido… Você foi como um filho pra mim… Eu vou sentir muito a sua falta, Lucas… – Ela começa a chorar enquanto o abraça – Você… Você promete que nunca vai me esquecer?
 Lucas (também chorando): Prometo, prometo sim Augusta. Eu vou sentir sua falta também. Quem vai me importunar de manhã pra eu acordar? Por quê, Augusta? Porquê você vai me deixar?
Augusta: São motivos que… que eu não posso te falar ainda. Mas Deus sabe o que faz. Ele vai me proteger. Eu, eu já falei com o padre Teodorico e ele vai me deixar ficar na paróquia umas semanas. Vocês ainda vão me ver todo domingo…
Ela abraça Lucas e Henrique. Gustavo chega por trás chorando. Ela também o abraça.
Augusta: Ah, meu pimpolhinho… Como você vai fazer falta… Você é como a luz do Sol: Sempre radiante…
Gustavo: Não vai Augusta… Não vai…
Augusta: Adeus… Para sempre…

Fiquem ligados no próximo capítulo de Amor ao Contrario amanha as 15h00 da tarde no horário de brasília aqui no Esplay

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